(Takagi Akito à direita e Moritaka Mashiro à esquerda)
A leitura pode influenciar a vida das
pessoas e transformar sua visão de mundo, inclusive a leitura de quadrinhos. Pretendo
mostrar meu ponto utilizando a metalinguagem presente no mangá Bakuman,
da dupla de autores Takeshi Obata (Desenho) e Tsugumi Ohba (Roteiro), relacionando-o
à narrativa Um General na Biblioteca, de Ítalo Calvino. As duas histórias
mostram que, por meio da leitura, as pessoas podem mudar de uma maneira
irreversível, se tornando capazes de questionar os preceitos e pressões da sociedade
em que vivem, e a partir daí, conseguem ter mais autonomia e visão crítica do
mundo.
Bakuman foi publicado no
Japão entre 2008 e 2012 na revista Weekly Shõnen Jump e no Brasil em 2011 pela
editora JBC. A história trata de dois jovens estudantes, Moritaka Mashiro e
Takagi Akito, que querem se tornar mangakás,
nome dado aos artistas produtores deste tipo de arte sequencial.
Mashiro tinha grande talento para
desenho, mas estava desiludido por acreditar que estava condenado a ser mais um
na sociedade. Mas tudo mudou no dia em que Mashiro conheceu o segundo
protagonista, Takagi Akito, cuja especialidade era criar histórias densas, que
levavam o leitor a uma maior reflexão.
Takagi fica impressionado com o talento
de Moritaka e imediatamente propõe que a formação de uma dupla afim de
começarem a produzir mangá. Mashiro acha que seria impossível para eles conseguir
seguir a carreira de mangakás, principalmente por estar desiludido com a
sociedade atual, mas também pela trajetória de vida de seu tio, Nobuhiro
Mashiro, um mangaká que morreu de
esgotamento enquanto trabalhava para lançar uma nova série em mangá.